-Só queria achar um homem pra dar uma tapa em mim.
Caboclo não lhe dar cabimento,caminha até o balcão e faz o pedido.
-Seu Zé,me vigie aí,uma quarta de café,uma quarta de açucar,uma barra de sabão FÊ-NÊ-MÊ,uma garrafa de gás pros candeeiros,um pedaço de fumo de arapiraca,sim,veja também um caxete que sirva pra dor de dente,pois Minervina tá que num se aguenta com um mulestado...Neste momento o bêbado interrompe o pedido,chega bem perto de Caboclo e com voz pastosa- a lingua era um molambo - provoca:
-Eu dava deztões,ou até mais uma coisinha,pra um cabra dar uma tapa em mim.
Caboclo fez que não ouviu.Terminou a feira,colocou tudo dentro do saco e deu um nó na boca.Agradeceu e pagou a conta.Virou-se para o bêbado que se encontrava ao lado,e num gesto rápido e certeiro,plantou-lhe a mão no pé do ouvido.Foi uma apanha e uma entrega.O sujeito ao receber aquela chapuletada,despregou-se do chão como que atingido por um raio e foi cair no canto da parede de cu trancado,e ali ficou, não mexeu sequer um fio de cabelo.Caboclo calmamente volta-se para o balcão,recolhe o saco com os mantimentos e toma a direção da porta,antes de sair,olha por sobre os ombros e aconselha:
-Gaste seu dinheiro com besteira não,homem!
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