apresentando a cria



Este blog mais parece um balaidegato,um matulão de cego,bunda de menino novo,cabeça de juiz.Nele há de tudo um pouco,porém nada muito definido.Recheado de mentiras cabeludas,as verdades barbeadas são por demais enfadonhas.Espaço criado para publicação do impublicável.Fonte de informação saída diretamente dos balcões ensebados dos botecos de ponta de rua,ou dos pés de balcões de velhas bodegas,onde a cachaça de primeira,a cerveja véu de noiva e o tira gosto de higiene duvidosa-por isso mesmo mais gostoso-fazem o tempo parecer tão curto.


sábado, 14 de julho de 2012

VIDA,VIDA SEVERINA

EXISTE DENTRO DE MIM
TODAS AS DORES DO MUNDO
A SOLIDÃO DOS SEPULCROS
OS SONHOS DE UM VAGABUNDO
UMA TRISTEZA INFINITA
COMO A TRISTEZA QUE HABITA
O OLHAR DE UM MORIBUNDO.

EDINALDO LEITE.

A IMORTALIDADE DO POETA



O POETA RONALDO NÃO MORREU

UM POETA NÃO MORRE,DIZ O TEMA

SE ESCONDEU POR UM TEMPO NA NEBLINA

ONDE ENCONTRA-SE COMPONDO ALGUM POEMA

NAMORANDO COM A LUA DE CAMPINA

BAFEJANDO O AR DA BORBOREMA.

Edinaldo leite.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

INCENDIÁRIA SETA

Canta.

Canta que ainda há tempo

Leva teu canto

Aos quatro cantos do planeta

Que a tua voz incendiária seta

Certeira e calma

Como a mão do esteta

Calcine tudo, inclusive a alma.

Canta,

Canta que ainda há tempo,

Nós estamos vivos.

Edinaldo leite.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

QUANDO PARTE O ASTRO REI



Eu vi a boca da noite

Escurecer de repente

Morder do sol um pedaço

Que morria no poente

Pra doze horas depois

Vomitá-lo no nascente.


edinaldo leite.


Imagem: Gilmar Leite.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

ANOS DE CHUMBO

...Um dia eles disseram

Para que não falássemos,

E nós calamos.

Noutro dia eles disseram

Para que não cantássemos,

Nem músicas, nem hinos,

E nós emudecemos.

Disseram também

Para não sairmos de casa,

E nós nos trancafiamos.

Disseram que nós não nos amássemos,

E nossos lábios secaram.

Foi então que eles disseram

Para que a lua não brilhasse.

Aí, a lua nasceu

Redonda e sanguinolenta

Por trás da capelinha do monte.

Só assim percebemos

Que a força deles não era tanta.

O sol nasceu novamente.

edinaldo leite.

sábado, 30 de julho de 2011

pelas cancelas do mundo

perambulei pela vida
como um cego no deserto
o meu caminho era incerto
procurando uma guarida
no meu peito uma ferida
surgiu com o passar dos anos
mudei rotas,desfiz planos
afundei as caravelas
bati mais de mil cancelas
na estrada dos desenganos.

edinaldo leite.