apresentando a cria



Este blog mais parece um balaidegato,um matulão de cego,bunda de menino novo,cabeça de juiz.Nele há de tudo um pouco,porém nada muito definido.Recheado de mentiras cabeludas,as verdades barbeadas são por demais enfadonhas.Espaço criado para publicação do impublicável.Fonte de informação saída diretamente dos balcões ensebados dos botecos de ponta de rua,ou dos pés de balcões de velhas bodegas,onde a cachaça de primeira,a cerveja véu de noiva e o tira gosto de higiene duvidosa-por isso mesmo mais gostoso-fazem o tempo parecer tão curto.


terça-feira, 28 de junho de 2011

Chico da Paraíba Irado




"Eu não engulo esse forró de plástico".


Concordo,Chico.Eu também não.Esse troço de plástico é por demais poluidor.


























caricatura:Baptistão.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

o apelido

Tão antigo quanto as caravelas que o trouxe,é o apelido no Brasil.Usado de forma muitas vezes carinhosa,outras tantas,jocosa,o apelido disseminou-se por todo o país,concentrando-se principalmete nas cidades do interior,onde a proximidade das pessoas revela e amplia,caracteríticas inerente a cada indivíduo-fonte natural das alcunhas-,tornando-o extremamente descritivo.Não chegou a ser tese de doutorado em Sociologia,Antropologia,ou outas logias existentes,porém chegou perto.Tornou-se objeto de pesquisa do meu amigo,professor Jorge Humberto de Lucena Veras,cognominado Jorge Mãe vita,que depois de 30 anos contribuindo para a saúde física e mental do alunado da rede de ensino público do estado de Pernambuco,resolveu botar o burro na sombra,e deixar de lado esse negócio sem futuro.
Atualmente atua na área social,tendo como função não remunerada o cargo de protetor de rapariga-que o diga,as meninas do alto-em tempo integral.Foi este sujeito de quem ora vos falo,que outro dia,dando uma tapa no beiço no bar do Sheko,também conhecido como cafofo do Osama,confidenciou-me estar realizando uma ampla pesquisa sobre os apelidos dos viventes e morrentes de São José do Egito,tida e havida como capital mundial dos apelidos-megalomania de egipcience-segundo ele.-Repaginar este rol de alcunhas se fazia necessário!,vociferava.Intimou-me para tanto,e eu intimado, obedeci.

Obs. a lista será publicada de acordo com o andamento da pesquisa,em ordem alfabética,e poderá sofrer alterações sem prévio aviso.




























domingo, 19 de junho de 2011

timoneiro da nau da poesia

Eu só queria pedir
a esses relojoeiros
que trabalham com afinco
no acerto dos ponteiros
pra que eles errassem mais
puxando um pouco pra trás
o marco dos meus janeiros.
edinaldo leite

para Antonio de Catarina nos seus 70 anos.




















quinta-feira, 16 de junho de 2011

chefes políticos da Paraíba - 1915



Chefes políticos paraibanos reunidos no Hotel Central,na PARAHYBA(hoje João Pessoa),em 1915.
  1. Pedro Bezerra
  2. José Pereira
  3. Inocêncio Justino da Nóbrega
  4. Joaquim Matos
  5. Oscar Soares (fundador do jornal O NORTE)
  6. Celso Mariz
  7. José Gaudêncio
  8. Nitão Lacerda
  9. Solon de Lucena
  10. João Suassuna
  11. Miguel Sátiro

segunda-feira, 13 de junho de 2011

quadra bêbada




Embebedando a matéria
eu dou sossego pra alma
trancafiando a miséria
na teia fina da calma.

edinaldo leite









conselho dado

Aconteceu num domingo.Caboclo Ferreira,como sempre fazia,dirigiu-se para Placa de Piedade,vilarejo encravado entre Paraíba e Pernambuco,famoso pelas brigas violentas que ali aconteciam corriqueiramente.Ia fazer a feira da semana.Caboclo nunca andou armado,naquele momento a única coisa que conduzia nas mãos era um saco vazio que serviria para transportar os mantimentos que pretendia adquirir.Assim chega a bodega.Ao adentrar o estabelecimento dá de cara com um cabra bêbado e mau encarado que ali se encontrava comendo o juízo do dono da venda.Era o tipo de bêbado"saldo de festa",as mãos ensebadas de óleo de sardinha,olhos avermelhados,um bafo de cachaça que impregnava todo o ambiente.O cachaçeiro aproxima-se,encara Caboclo e solta:
-Só queria achar um homem pra dar uma tapa em mim.
Caboclo não lhe dar cabimento,caminha até o balcão e faz o pedido.
-Seu Zé,me vigie aí,uma quarta de café,uma quarta de açucar,uma barra de sabão FÊ-NÊ-MÊ,uma garrafa de gás pros candeeiros,um pedaço de fumo de arapiraca,sim,veja também um caxete que sirva pra dor de dente,pois Minervina tá que num se aguenta com um mulestado...Neste momento o bêbado interrompe o pedido,chega bem perto de Caboclo e com voz pastosa- a lingua era um molambo - provoca:
-Eu dava deztões,ou até mais uma coisinha,pra um cabra dar uma tapa em mim.
Caboclo fez que não ouviu.Terminou a feira,colocou tudo dentro do saco e deu um nó na boca.Agradeceu e pagou a conta.Virou-se para o bêbado que se encontrava ao lado,e num gesto rápido e certeiro,plantou-lhe a mão no pé do ouvido.Foi uma apanha e uma entrega.O sujeito ao receber aquela chapuletada,despregou-se do chão como que atingido por um raio e foi cair no canto da parede de cu trancado,e ali ficou, não mexeu sequer um fio de cabelo.Caboclo calmamente volta-se para o balcão,recolhe o saco com os mantimentos e toma a direção da porta,antes de sair,olha por sobre os ombros e aconselha:

-Gaste seu dinheiro com besteira não,homem!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

um tal Caboclo Ferreira

Nascido em Boi Velho(atual Ouro Velho) ainda no século IX,ganhou por nome de pia Manoel Ferreira da Silva,e por alcunha do povo o nome Caboclo Ferreira.Moreno,baixo,peito largo e mãos enormes.Dono de uma força de gigante,e de uma extravagancia descomunal.Viveu em muitos lugares,casou-se uma só vez com Minervina,que viria ter com ele uma ninhada de meninos.Protagonizou muitas histórias verdadeiras,e tantas outras inventadas pela mente pródiga dessa gente cariri/pajeuzeira.Virou lenda ainda em vida,e se foi com mais de 80 anos.Apesar de tantas estripulias vividas,morreu de morte morrida.Ultimando-se em seu leito, ainda dizia com serenidade: - Eu só perco pra ela,a morte.


Capa do livro Guerreiro Togado -de Pedro Nunes Filho.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Guerreiro Togado




Recém lançado agora em maio a segunda edição do livro do escritor Pedro Nunes Filho- Guerreiro Togado.A obra versa sobre acontecimentos ocorridos no sertão paraibano no ano de 1911,com a tomada da cidade de Monteiro,na época,Alagoa do Monteiro,pelo então bacharel Augusto de Santa Cruz Oliveira, e que iria se prolongar até 1912,convulsionando todo o Cariri paraibano,e tendo reflexos direto sobre a estabilidade do governo do então presidente João Machado.Eu,nascido e criado nessa região do Pajeú pernambucano,vizinha e irmã da região do
Cariri paraibano, e que por isso mesmo, também serviu de palco para os embates entre o Dr.Santa Cruz com seus cabras em armas e as forças oficiais do governo,confesso,nunca em momento algum,tinha ouvido falar sobre tais fatos,note-se a importancia de tais fatos,não foi uma escaramuça qualquer,foi sim,uma tentativa de se derrubar um governo através das armas,e isto não é um fato corriqueiro,cotidianamente corriqueiro que passe despercebido aos olhos da história,mas passou,e passou porque normalmente a história é contada pelos vencedores,e muitas vezes eles não a querem contá-la,e quando o fazem é em benefício próprio.Comprove-se,o Brasil é um país sem memória.Pedro Nunes escutou esta história muita vezes,o narrador era seu pai Pedro Nunes de Farias,que ainda menino presenciou tais fatos.Aquela história contada e pintada com cores vibrantes de epopéia,jamais deixaria a memória daquele menino do Mugiqui.Aquela história fustigava a alma de Pedro como quem falasse:-Conte-me,faça-me justiça.E Pedro fêz,foi a luta,palmilhou Cariri,Pajeú e outros mundos,e de lá voltou com um matulão cheio de histórias que se recusavam a permanecerem sob o tapete bolorento do esquecimento.Assim foi a labuta que gerou o Guerreiro Togado.Confesso que eu estou maravilhado.Ainda bem que existiu Pedro Nunes pai para contar a história,ainda bem que existe Pedro Nunes filho para que ela não morra.Pronto a história foi contada.