Recém lançado agora em maio a segunda edição do livro do escritor Pedro Nunes Filho- Guerreiro Togado.A obra versa sobre acontecimentos ocorridos no sertão paraibano no ano de 1911,com a tomada da cidade de Monteiro,na época,Alagoa do Monteiro,pelo então bacharel Augusto de Santa Cruz Oliveira, e que iria se prolongar até 1912,convulsionando todo o Cariri paraibano,e tendo reflexos direto sobre a estabilidade do governo do então presidente João Machado.Eu,nascido e criado nessa região do Pajeú pernambucano,vizinha e irmã da região do
Cariri paraibano, e que por isso mesmo, também serviu de palco para os embates entre o Dr.Santa Cruz com seus cabras em armas e as forças oficiais do governo,confesso,nunca em momento algum,tinha ouvido falar sobre tais fatos,note-se a importancia de tais fatos,não foi uma escaramuça qualquer,foi sim,uma tentativa de se derrubar um governo através das armas,e isto não é um fato corriqueiro,cotidianamente corriqueiro que passe despercebido aos olhos da história,mas passou,e passou porque normalmente a história é contada pelos vencedores,e muitas vezes eles não a querem contá-la,e quando o fazem é em benefício próprio.Comprove-se,o Brasil é um país sem memória.Pedro Nunes escutou esta história muita vezes,o narrador era seu pai Pedro Nunes de Farias,que ainda menino presenciou tais fatos.Aquela história contada e pintada com cores vibrantes de epopéia,jamais deixaria a memória daquele menino do Mugiqui.Aquela história fustigava a alma de Pedro como quem falasse:-Conte-me,faça-me justiça.E Pedro fêz,foi a luta,palmilhou Cariri,Pajeú e outros mundos,e de lá voltou com um matulão cheio de histórias que se recusavam a permanecerem sob o tapete bolorento do esquecimento.Assim foi a labuta que gerou o Guerreiro Togado.Confesso que eu estou maravilhado.Ainda bem que existiu Pedro Nunes pai para contar a história,ainda bem que existe Pedro Nunes filho para que ela não morra.Pronto a história foi contada.