apresentando a cria



Este blog mais parece um balaidegato,um matulão de cego,bunda de menino novo,cabeça de juiz.Nele há de tudo um pouco,porém nada muito definido.Recheado de mentiras cabeludas,as verdades barbeadas são por demais enfadonhas.Espaço criado para publicação do impublicável.Fonte de informação saída diretamente dos balcões ensebados dos botecos de ponta de rua,ou dos pés de balcões de velhas bodegas,onde a cachaça de primeira,a cerveja véu de noiva e o tira gosto de higiene duvidosa-por isso mesmo mais gostoso-fazem o tempo parecer tão curto.


quarta-feira, 20 de julho de 2011

NINGUÉM COMPRA A POESIA

OS VERSOS DE UM MANOEL XUDÚ
O REPINIQUE HIPNÓTICO DA VIOLA
SE APRENDE NA VIDA QUE É ESCOLA
PROVA DISSO FOI UM ZEZÉ LULU
UM CABOCLO AQUI DO PAJEÚ
QUE VIVIA FAZENDO CANTORIA
SEM INGRESSO,SEM CACHÊ E SEM BACIA
IMORTALIZOU-SE NOS ARQUIVOS DA PELEJA
COMO PODE CABER NUMA BANDEJA
O VALOR IMPAGÁVEL DA POESIA?

COMO PODEM QUERER COMPRAR O CÉU
E AS ESTRELAS QUE MORAM N'AMPLIDÃO?
NINGUÉM PAGA UNS VERSOS DE CANCÃO
NEM AS AGRURAS DA ALMA DE UM RÉU
NINGUÉM COMPRA UMA TORRE DE CHAPÉU
QUE SE FORMA NO NASCENTE TODO DIA
QUAL O PREÇO DOS MISTÉRIOS DE MARIA,
QUANTO VALE UMA BRISA BENFAZEJA?
COMO PODE CABER NUMA BANDEJA
O VALOR IMPAGÁVEL DA POESIA?

LOURIVAL QUE ERA O REI DO TROCADILHO
O LIRISMO DE UM ABSOLUTO
VELHO PINTO DO MONTEIRO BEM ASTUTO
NUMA RIMA JAMAIS PERDEU O TRILHO
AFOGUEAVA O REPENTE DANDO BRILHO
SEM JAMAIS TER USADO HIPOCRISIA
SUAVE COMO O VENTO EM MELODIA
OU RAIVOSO COMO O SOL QUANDO DARDEJA
COMO PODE CABER NUMA BANDEJA
O VALOR IMPAGÁVEL DA POESIA?

NÃO EXISTE MOEDA FABRICADA
SEJA ELA DE PRATA OU DE PAPEL
QUE AINDA POSSA DOMAR ESTE TROPEL
DE POEMAS QUANDO PARTEM EM DISPARADA
SÃO REFLEXOS DE UMA MENTE ILUMINADA
LIBERTÁRIOS CORRENDO A REVELIA
EU DUVIDO QUE APAREÇA QUALQUER DIA
QUEM TABELE ESTA MUSA SERTANEJA
COMO PODE CABER NUMA BANDEJA
O VALOR IMPAGÁVEL DA POESIA?

O PAGAMENTO QUE EU ACHO MAIS PERFEITO
É O POVO APLAUDINDO E DELIRANDO
A CABEÇA, DE VERSOS VAI INCHANDO
MEGATONS DE POEMA EXPLODEM O PEITO
SE DO MEIO DO POVO ALGUM SUJEITO
SE LEVANTA COM DINHEIRO EM GRITARIA
PARA MIM ACABOU-SE AQUELE DIA
APAGOU-SE A FORNALHA DA PELEJA
COMO PODE CABER NUMA BANDEJA
O VALOR IMPAGÁVEL DA POESIA?

edinaldo leite.



3 comentários:

  1. Valha-me Deus!!! Poema grandioso;tão rico quanto o povo sertanejo, bem descrito em seus traços poéticos...A beleza da sua sapiência embebedando nossas almas num escrito valoroso.
    Beijos poéticos e saudosos, meu caro amigo!
    Rachel Rabelo

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  2. gostei do blog tanbem
    vou visiatar todo dia
    como esse ninguem via
    mstrando a arte de alguem
    e as vezes o povo tem
    a verdadeira ironia
    querer comprar poesia
    como se compra xerem.


    LINDOMAR MARINHO
    parabens o blog é maravilhoso.

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  3. Praticamente ninguém paga textos de escritores brasileiros. Nem jornais, nem revistas, nem sites, nem editoras. Acham até que fazem um grande favor ao publicarem alguma coisa. Engraçado que um pintor não dá seus quadros, um músico não toca sem cachê, um ator não representa só por amor à arte etc. Só se vê milhões de textos publicados de graça em sites da Internet, onde quem ganha, com anúncios, são os donos dos sites. Por isso parei de escrever, aqui no Brasil não vale nem um pouco a pena.

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